O calázio, uma lesão ocular comum que afeta as pálpebras, pode causar desconforto significativo e até interferir na qualidade de vida. Apesar de benigno, em alguns casos, requer intervenção médica mais avançada. Para entender melhor a condição de um

Calázio Infeccionado

, entrevistamos a oftalmologista particular Camilla Duarte, que compartilhou a história de um paciente adolescente enfrentando um caso complexo de calázio.

O que é o Calázio? O calázio é um nódulo que surge na pálpebra devido à obstrução das glândulas de Meibômio, responsáveis pela lubrificação ocular. Diferentemente do terçol, que está associado a uma infecção bacteriana, o calázio é uma inflamação estéril, embora possa evoluir para uma infecção secundária em alguns casos. Os sintomas incluem inchaço, vermelhidão, sensibilidade ao toque e, às vezes, dor.

O Caso: um adolescente e a busca por alívio

A oftalmologista relatou o caso de um adolescente que chegou ao consultório após um mês de sofrimento com uma lesão na pálpebra inferior direita. Ele apresentava calor local, dor e vermelhidão. Apesar de ter iniciado o tratamento clínico por conta própria, não obteve resultados satisfatórios. Nos últimos dias antes da consulta, ele notou piora significativa, o que motivou a procura por ajuda especializada.



“Na avaliação inicial, identifiquei que se tratava de um calázio infeccionado. A lesão estava inflamada e havia crostas na pele, sinais de que poderia haver uma flutuação – ou seja, um ponto de drenagem natural da secreção retida. Decidimos prolongar o tratamento clínico por mais dez dias antes de considerar uma abordagem cirúrgica”, explica a especialista em calázio.

Tentativa clínica e decisão pela cirurgia

Mesmo após a extensão do tratamento clínico, que incluiu compressas mornas e medicação tópica, o paciente voltou sem melhorias significativas. A lesão continuava incômoda, com dor e inchaço persistentes. Diante disso, foi necessária a intervenção cirúrgica.

calazio infeccionado

“Optamos pela drenagem cirúrgica porque a inflamação estava muito intensa, e o paciente já não suportava mais o desconforto. A cirurgia foi realizada principalmente pela parte interna da pálpebra, mas, devido à gravidade do caso, fizemos um pequeno corte na pele para garantir que toda a secreção fosse drenada”, detalha a Dra. Camilla.

A Cirurgia: Técnica e Desafios

A drenagem foi realizada em um procedimento minucioso. Segundo a Dra. Camilla, o tecido inflamado aumentou a dificuldade, causando mais sangramento do que o habitual. A equipe realizou dois cortes internos para drenar o conteúdo e, ao final, uma incisão externa para assegurar a remoção completa.

“No pós-operatório imediato, já observamos uma melhora significativa no calor local, na dor e no inchaço. O corte externo foi tão pequeno que nem precisou de pontos. É gratificante ver a rápida recuperação dos pacientes quando o procedimento é bem-sucedido”, comenta.

Resultados e Reabilitação

Dois meses após o procedimento, o adolescente já apresentava recuperação completa do calázio infeccionado. Imagens comparativas mostram o antes e o depois, evidenciando a eficácia do tratamento. O paciente ficou extremamente satisfeito, e sua qualidade de vida foi restaurada.

calazio resultado cirurgia

“Em alguns casos, conseguimos evitar a cirurgia com um bom controle clínico da inflamação. No entanto, quando isso não é possível, a intervenção cirúrgica, mesmo durante uma inflamação ativa, pode trazer resultados muito positivos, como foi esse caso”, esclarece a oftalmologista.

Prevenção e Cuidados

A Dra. Camilla alerta que algumas medidas simples podem prevenir o calázio, como higiene adequada das pálpebras, especialmente para pessoas propensas a blefarite ou que usam maquiagem frequentemente. Compressas mornas regulares também ajudam a evitar o acúmulo de secreção nas glândulas.

“É essencial buscar avaliação médica ao notar os primeiros sinais de lesões nas pálpebras. Quanto mais cedo começamos o tratamento, maior a chance de evitar complicações e intervenções mais invasivas”, conclui.