A busca por um olhar mais descansado, jovem e funcional leva muitos pacientes ao consultório de um especialista em plástica ocular. A Dra. Camilla Duarte, médica oftalmologista com ampla experiência em cirurgias de rejuvenescimento ocular, compartilha um caso clínico que ilustra como a avaliação criteriosa e o planejamento cirúrgico individualizado fazem toda a diferença no resultado estético e funcional. Vamos ao caso de como corrigir a flacidez e assimetria palpebral.

“Recebemos em nosso consultório uma paciente de 50 anos com queixa principal de excesso de pele nas pálpebras superiores e bolsas de gordura na pálpebra inferior”, relata a Dra. Camilla Duarte. Segundo ela, a paciente também mencionou um histórico desde a infância de um olho esquerdo ligeiramente mais fechado, algo que nunca havia sido investigado ou tratado, mas que se agravou nos últimos anos.



Avaliação clínica detalhada

Durante a consulta, a Dra. Camilla realizou uma análise minuciosa da anatomia palpebral da paciente. Foi observado que o supercílio apresentava um bom posicionamento. No entanto, havia excesso de pele nas pálpebras superiores de ambos os olhos, assim como uma protrusão de bolsas de gordura — mais evidente na porção lateral da pálpebra inferior.

Além disso, a paciente apresentava flacidez ligamentar na pálpebra inferior, que causava um afastamento perceptível entre a pálpebra e a íris (parte colorida do olho), comprometendo o suporte da estrutura ocular. “Esse tipo de alteração anatômica exige uma abordagem cuidadosa, pois não se trata apenas de remover pele ou gordura, mas de restaurar a tensão e o suporte palpebral”, explica a Dra. Camilla Duarte.

Durante a mensuração da distância entre a margem palpebral e o reflexo pupilar (teste chamado de MRD - Marginal Reflex Distance), foi constatada uma leve ptose (queda da pálpebra superior) no olho esquerdo, com MRD de 3 mm, enquanto o lado direito apresentava 4 mm. Essa diferença, embora sutil, impactava a simetria do olhar da paciente e contribuía para a sensação de cansaço.

Teste com colírio de fenilefrina

Para confirmar o diagnóstico e avaliar a resposta da musculatura palpebral, a Dra. Camilla aplicou o colírio de fenilefrina no olho esquerdo da paciente. “Esse colírio estimula o músculo de Müller, responsável pela abertura da pálpebra. Quando há uma melhora na abertura após a aplicação, isso indica que o músculo é funcional e pode ser abordado cirurgicamente”, explica a oftalmologista.

Após a aplicação da fenilefrina, observou-se uma elevação da pálpebra esquerda. No entanto, o olho direito passou a parecer mais baixo, o que motivou a aplicação do colírio também nesse lado. Com a resposta positiva bilateral, ficou clara a indicação de uma cirurgia que corrigisse ambas as pálpebras para garantir simetria.

Procedimento cirúrgico combinado

Com base nessa avaliação, veio a pergunta: Como corrigir a flacidez e assimetria palpebral? A Dra. Camilla Duarte indicou um tratamento cirúrgico combinado:

1. Blefaroplastia superior para retirada do excesso de pele nas pálpebras superiores;

2. Conjuntivomullerectomia bilateral, técnica que atua diretamente no músculo de Müller para corrigir a ptose e melhorar a abertura dos olhos;

3. Blefaroplastia inferior transconjuntival, realizada pela parte interna da pálpebra para remoção das bolsas de gordura sem deixar cicatrizes visíveis;

4. Cantopexia, procedimento que reposiciona e reforça a estrutura lateral da pálpebra inferior, promovendo mais firmeza e sustentação.

“O objetivo foi rejuvenescer o olhar, melhorar a simetria palpebral e, principalmente, restaurar a função das pálpebras, garantindo mais conforto e campo visual para a paciente”, pontua a Dra. Camilla Duarte.

Pós-operatório e evolução

No pós-operatório imediato, a paciente apresentou edema (inchaço) e equimose (manchas roxas), comuns nos primeiros dias após cirurgias palpebrais. Foram recomendadas compressas frias e repouso relativo, além de acompanhamento rigoroso para remoção dos pontos e avaliação da cicatrização.

“Com sete dias, o inchaço ainda era visível, mas dentro do esperado. Já nas duas semanas seguintes, a paciente demonstrava melhora significativa na aparência e nos sintomas”, afirma a Dra. Camilla Duarte. A retirada dos pontos foi feita de forma progressiva, respeitando a recuperação natural da pele e das estruturas internas.

Ao final de três meses, os resultados eram notáveis: melhora da abertura palpebral, maior simetria entre os olhos, redução importante das bolsas de gordura e cicatrizes praticamente imperceptíveis. As imagens de perfil também evidenciaram a correção do afastamento da pálpebra inferior em relação à íris, indicando o sucesso da cantopexia.

resultado comparativo da cirurgia palpebral

Para a Dra. Camilla Duarte, casos como esse ressaltam a importância de uma boa indicação cirúrgica e de um planejamento detalhado. “Cada paciente tem uma anatomia única. Por isso, o sucesso da cirurgia palpebral está diretamente ligado à escolha precisa das técnicas a serem utilizadas”, destaca a oftalmologista.

O resultado desse procedimento superou as expectativas da paciente, que relatou não apenas uma melhora estética, mas também mais conforto ao manter os olhos abertos ao longo do dia. “É gratificante ver como a cirurgia pode devolver autoestima e bem-estar”, conclui a Dra. Camilla Duarte.